CASA DE CRIADORES | Isaac Silva

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O outono-inverno 2017 de Isaac Silva parte de duas inspirações: uma delas é a cantora Elza Soares, que teve seu rosto estampado em vestidos-camisetas super estilosos. A outra, a geração tombamento — movimento que envolve questões ligadas ao empoderamento feminino, preconceito racial e LGBT

De cara dá pra perceber que o estilista se engaja em várias causas. Talvez seja por isso que sempre reserve um espacinho para as peças plus-size em suas coleções. Atitude que, convenhamos, todas as marcas deveriam ter.

O único problema é que Isaac ainda não compreendeu a silhueta deste público e com isso não gera o resultado que gostaria/poderia. A tarefa não é fácil, já que muitos fatores devem ser levados em conta: os tecidos e as modelagens precisam ser pensados de forma específica.

Não dá para simplesmente aumentar a numeração das peças. É preciso entender as curvas para valorizá-las. E infelizmente isso também não rolou desta vez.

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Clique no play e assista o desfile na íntegra.

CASA DE CRIADORES | Lui Iarocheski

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Lui Iarocheski quis usar a passarela da 40a edição da Casa de Criadores para problematizar questões como a homofobia, racismo e intolerância, infelizmente tão presentes hoje em dia. Por isso, os modelos desfilaram como se tivessem acabado de participar de uma briga, com maquiagem que imitava ferimentos.

A coleção Chromophobia apresentou um outono-inverno 2017 bastante sombrio, cheia de patches 😦 com frases e desenhos do artista alemão Boris Schmitz, além de três looks femininos. Os vestidos foram, aliás, as melhores peças da coleção; só perdendo em destaque para os casacos feitos com resíduo têxtil compressado.

Para ver o desfile completo acesse: Casa de Criadores ou clique no play!

CASA DE CRIADORES | Alex Kazuo

Em sua 40a edição a Casa de Criadores teve várias estreias interessantes e a gente vai falar um pouquinho sobre elas por aqui. Bora começar?

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Alex Kazuo estreiou nesta temporada na passarela da CdC, mas ele não é nenhum neófilo na moda. O designer autodidata tem marca própria (homônima) e trabalha há 13 anos no mercado.

Se você ainda não conhecia o trabalho dele, vale a pena começar a ficar de olho no moço, sobretudo se compartilha da preocupação com questões como o slow fashion e a sustentabilidade. Afinal, toda a coleção outono-inverno 2017 foi feita com tecidos de descarte e reciclados da Ecosimples.

Quer conferir o desfile? Então, clica no play!

Casa de Criadores: Igor Dadona

Igor Dadona foi buscar inspiração nos uniforma escolares, mundo afora, para criar o seu verão 2016/17. O estilista deixou, porém, a divisão de gênero para a escola.

Na sua coleção não há peças só de meninos ou meninas. Eu adorei as sobreposições de saia com calças e o macacão rosado. E vocês, o que acharam do desfile?

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Para assistir ao desfile na íntegra, basta clicar no play.

Casa de Criadores: Isaac Silva

O verão 2016/17 de Isaac Silva foi feito para todas as princesas negras deste pais. Mas não só para elas. Apesar da inspiração, a coleção Dandara do Brasil aceita todos os tipos de peles e corpos. Ao menos é assim que ela se apresenta na passarela da Casa de Criadores.

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Eu amei os looks da abertura do desfile. Queria para mim esse casaquinho rendado (?).  O que eu não gostei muito foram os modelitos plus-size. Eu acho maravilhoso perceber que novos estilistas estão empenhados  em produzir roupas para esse público que carece tanto de atenção, mas nesta coleção talvez essa linha tenha ficado em segundo plano.

As peças não valorizaram o corpo das meninas. Os tecidos e as estampas não colaboraram no aprimoramento da modelagem. E quase posso ver no rosto das modelos que o empoderamento não rolou. O que não tira o mérito pela iniciativa. Porém, eu achei que não funcionou como poderia. E vocês, o que acharam?

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Clique no play e veja o desfile na íntegra.

Casa de Criadores: Weider Silveiro

“É minimal guarani, é hip hop guarajara, é agender pataxó!”, foi assim que Weider Silveiro classificou o seu verão 2016/17. A inspiração indígena é o ponto de partida para a coleção que ganha força na passarela com a ajuda da maquiagem bem marcada. Mas há também umas pinceladas de moda de rua por ali.

E é justamente nesse hip hop guarajara que eu me perco, ou melhor, que ele me perde. Confesso que essa modinha-tênis-branco não me agrada em nada, nem valoriza as peças como um todo (na minha opinião).

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Quer conferir o desfile na íntegra? Então, clica no play.

Casa de Criadores: Fabia Bercsek

O verão 2016/17 de Fabia Bercsek foi inspirado e construído no centro paulistano. É de lá que vem a matéria prima para sua coleção que pretende retratar a vida real, menos glamourizada e mais pé no chão.

Eu gosto da proposta. Só não gostei do resultado. Acho que é possível fazer melhor esse retrato. Fugir das misturas mal feitas, dos tecidos soltos e de acabamentos rústico usados como detalhe.

Eu confio no potencial das coisas simples e bem executadas. Infelizmente, para mim, não foi esse o caso. Mas toda tentativa é válida e teve muita gente elogiando o trabalho da moça.

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Clique no play para assistir o desfile completo e dê sua opinião, ali nos comentários.

Casa de Criadores: Ellias Kaleb

Desde que o agender virou palavra da moda, muitas marcas tem tentado se inserir na denominação. Até aí, tudo bem. Eu acho mesmo que roupa não tem (ou não deveria ter) gênero. O que me incomoda é quando não vejo esforço nenhum em trazer algo diferente do nosso já conhecido unissex.

Afinal, mulheres usando roupas masculinas a gente tá cansado de ver, não é? Por isso, apenas quando um estilista investe na produção de peças do inconsciente feminino para o guarda-roupas masculino é que eu consigo sentir a diferença e o empenho na mudança.

Talvez Ellias Kaleb tenha pensado um pouco nisso quando estava criando o seu verão 2016/17. Afinal, ele colocou na passarela diversos modelos-homens usando vestidos e saias.

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Veja o desfile na íntegra, no site da Lilian Pacce,  e me conte o que achou.